Sobre o Relatório
Após duas publicações bienais, a 12a edição do Relatório de Sustentabilidade do Instituto Aço Brasil abrange os anos de 2018, 2019 e 2020, reflexo da pandemia do Covid-19, momento atípico e, com certeza, dos mais críticos da história recente da humanidade. Mesmo em meio a um cenário ainda adverso, buscamos manter nosso compromisso de editar e divulgar os dados referentes às ações de sustentabilidade da indústria brasileira do aço.
Aqui reunimos dados sobre o desempenho do setor e os acontecimentos marcantes do período e de que maneira lidamos com eles. As informações foram coletadas pela equipe do Instituto Aço Brasil, contando com a colaboração de técnicos e especialistas de diversas áreas das empresas associadas.
No relatório mostramos as iniciativas de desenvolvimento sustentável do setor, bem como o que ainda precisamos aperfeiçoar daqui para frente. A redução de resíduos por meio de projetos de reciclagem, assim como medidas que contribuam para reduzir os impactos sobre a mudança do clima e outras mais que diminuam a demanda por recursos naturais, cada projeto faz com que cresçam nosso empenho e nosso compromisso em prol da sustentabilidade na produção do aço.
Mensagem do Presidente
Grandes e novos desafios num mundo em transformação
A pandemia da Covid-19 chegou, no início de 2020, em um momento em que os indicadores econômicos sinalizavam que a crise estava ficando para trás e que as projeções para a demanda por aço no Brasil eram bastante positivas. Este cenário incerto e desafiador inverteu as expectativas, impingindo à realidade algo até então inédito nos últimos cem anos: uma pandemia capaz de paralisar a economia e mudar, mesmo que temporariamente, a maneira de nos conectarmos profissional e pessoalmente.
Nós, da indústria do aço, priorizamos a saúde e o bem-estar dos nossos funcionários, comunidades e clientes. Isso se reflete no forte trabalho em rede realizado, de maneira colaborativa, por nossas associadas em todo o País, o que resultou na construção de hospitais, sejam de campanha ou definitivos, e na doação de inúmeros equipamentos de saúde, máscaras faciais, materiais de higiene, entre outros EPIs. Assim, nos colocamos como parte da solução dos problemas enfrentados pela sociedade.
Também lançamos mão, mais uma vez, da enorme capacidade de resiliência do setor do aço para contornar situações impossíveis. A nossa indústria preocupou-se, desde o primeiro sinal de instabilidade, com a continuidade da produção de aço, adotando rígidos protocolos de segurança, atividade considerada essencial, garantindo, assim, o pleno abastecimento dos mercados consumidores. Reforço que o aço é um insumo imprescindível para cadeias de valor que não podem nunca parar, como hospitais, componentes do setor de saúde e segurança e agricultura, entre outros.
Prontamente, com maturidade e responsabilidade, o setor tomou as medidas necessárias à segurança de seus trabalhadores, fornecedores, enfim, de toda a cadeia de produção. O setor adotou o trabalho remoto em todas as áreas possíveis de suas operações, rígidos protocolos de prevenção e o acompanhamento da saúde dos funcionários tornaram mais segura a jornada em tempos tão incertos.
Além de cuidar da saúde das pessoas e desenvolver uma série de ações sociais, foi um período no qual evoluímos com a nossa agenda ambiental, avançando em temas como reutilização de resíduos e água resultantes do processo produtivo e da comercialização de coprodutos. Além disso, apesar de a indústria brasileira do aço já ter práticas que a colocam entre as maiores referências em tecnologia e em redução de emissões de carbono no mundo, a sustentabilidade está, cada vez mais, no topo de nossas prioridades e seguimos atentos e trabalhando para buscarmos e desenvolvermos as melhores e mais sólidas soluções que permitam ao setor acelerar seu processo de descarbonização e continuar atendendo às pautas colocadas em discussão pela sociedade. Destaco que o aço é um produto essencial para as pessoas e a sociedade na jornada rumo à Economia Circular, mitigando possíveis impactos provenientes das rotas produtivas.
Voltando um pouco no tempo, 2018 e 2019 já haviam sido anos de crise para a maior parte dos segmentos econômicos do País. Para o aço, entre outros fatores prejudiciais, como a greve dos caminhoneiros, um dos principais foi o acirramento da velha polarização e disputa comercial entre Estados Unidos e China, com recrudescimento de práticas protecionistas e tensões geopolíticas.
A recuperação durante o citado biênio, portanto, se deu num ritmo aquém do esperado – e do necessário –, criando empecilhos à plena expansão da indústria do aço. Norteados por nossos princípios de pesquisa, tecnologia, inovação e responsabilidade social, buscamos soluções transformadoras, capazes de superar tais entraves e projetar o setor novamente em rota de crescimento.
Ninguém estava preparado para isso, tivemos que rapidamente nos reinventar e investir cada vez mais em inovação e em pesquisa e desenvolvimento. O setor do aço vem caminhando a passos mais largos na oferta de produtos e soluções inovadoras, em linha com as tendências e mercado e necessidades dos setores consumidores. Também temos avançado na digitalização dos nossos parques industriais, com iniciativas de inteligência artificial, por exemplo, trazendo o nosso processo produtivo para o estado da arte em termos de produção de aços de alta qualidade. E continuamos aprendendo a cada dia. Em um momento como o que enfrentamos, fica evidente que cada um deve fazer a sua parte para superar não só a pandemia e seus efeitos sociais e econômicos, mas também ampliar sua visão sobre sustentabilidade e qualidade de vida. Temos a determinação de levar o nosso setor, um dos mais importantes da economia no Brasil e no mundo, novamente à rota do desenvolvimento integral.
Aprendemos com o passado: mais uma vez, fizemos da união e das pessoas nosso principal patrimônio. Mas vamos sempre olhar também para o futuro, aprendendo com os desafios e oportunidades anteriores. E falando em futuro, confiamos que 2021 e 2022 sejam de muita saúde para todas as pessoas e de retomada do crescimento da economia brasileira e do consumo de aço.
(...) buscamos soluções transformadoras, capazes de superar tais entraves e projetar o setor novamente em rota de crescimento.
Marcos Faraco
Presidente do Conselho Diretor do Aço Brasil e Vice-Presidente da Gerdau Aços Brasil, Argentina e Uruguai