Taxa de desemprego fica em 12,6% no 3º trimestre, diz IBGE

30/11/2021 | Valor Econômico

Desemprego atinge 13,5 milhões de pessoas em pesquisa com nova metodologia




A taxa de desemprego no país atingiu 12,6% no terceiro trimestre de 2021, mostra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), apresentada nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esta é a primeira taxa divulgada com a reponderação da pesquisa, por sexo e idade, para reduzir situações de viés de cobertura nas entrevistas feitas por telefone, como a presença maior de idosos.






O resultado ficou abaixo do verificado no segundo trimestre de 2021 (14,2%, já considerando a série histórica reponderada). E a taxa também ficou abaixo da mediana das expectativas de 22 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data, que apontava para uma taxa de 12,8%. O intervalo das projeções ia de 12,5% a 13,3%.








No período, a população ocupada (empregados, empregadores, funcionários públicos) era de 93 milhões de pessoas. Isso representa alta de 4% em relação ao segundo trimestre (3,6 milhões de pessoas ocupadas a mais). Frente ao terceiro trimestre de 2020, o aumento é de 11,4%, ou 9,5 milhões de pessoas a mais.





Já a força de trabalho – que soma pessoas ocupadas ou em busca de empregos com 14 anos ou mais de idade – estava em 106,4 milhões no terceiro trimestre de 2021, 8,6% acima de igual período de 2020 (8,4 milhões de pessoas a mais).





A população fora dessa força de trabalho foi de 65,5 milhões de pessoas no terceiro trimestre, um recuo de 9,4% na comparação com o mesmo trimestre de 2020 (menos 6,8 milhões de pessoas). A população desalentada, aqueles que não procuram mais emprego, ficou em 5,1 milhões de pessoas, com redução de 12,4% frente a igual período de 2020 (5,9 milhões de pessoas a menos).








No Estado de São Paulo, o desemprego ficou em 13,4% no terceiro trimestre, ante 14,5% nos três meses anteriores. No Rio de Janeiro, o desemprego passou de 17,9% no segundo trimestre de 2021 para 15,9% no terceiro trimestre.





O IBGE mostrou ainda que a massa de rendimentos real habitualmente recebida por pessoas ocupadas (em todos os trabalhos) foi de R$ 223,549 bilhões no terceiro trimestre de 2021. O número aponta queda de 0,1% em relação ao segundo trimestre (R$ 202 milhões a menos). Frente ao terceiro trimestre de 2020, houve queda de 0,7% (menos R$ 1,688 bilhão).





A renda média dos trabalhadores diminuiu 4% no terceiro trimestre deste ano, frente aos três meses anteriores, para R$ 2.459. O rendimento médio real habitual dos trabalhadores considera a soma de todos os trabalhos. Na comparação com igual período de 2020, a queda foi de 11,10%.







Trimestre até agosto




Com a mudança na metodologia de expansão da amostra da Pnad Contínua, o número de desempregados no trimestre móvel encerrado em agosto de 2021 aumentou em 218 mil pessoas, passando de 13,7 milhões na série antiga para 13,9 milhões na série reponderada.





Apesar do aumento no número absoluto de desempregados, a taxa de desemprego no mesmo período caiu de 13,2% para 13,1%. Isso acontece porque essa taxa é a razão entre o número de desocupados e o número total de pessoas na força de trabalho (que são aqueles com idade de trabalhar (14 anos ou mais) que estão empregados ou que procuram emprego). Se esse denominador aumenta, a taxa cai.








A especialista observa que, no auge da pandemia, a partir do mesmo trimestre de 2020, essa diferença entre as séries do contingente na força de trabalho se acentuou. O total era de 96,138 milhões no segundo trimestre de 2020, pela série antiga, e passou a 97,279 milhões na série nova.





Por trás dos novos números, está a revisão do contingente da população em idade de trabalhar (14 anos ou mais), em função da reponderação dos dados da Pnad Contínua por idade e sexo. Esse grupo com 14 anos ou mais é de 171,48 milhões após as mudanças, na série reponderada, frente a 177,15 milhões na série antiga, uma diferença de 5,6 milhões.





Em paralelo, os especialistas do IBGE observaram um processo de "rejuvenescimento" desse grupo, quando analisado sob a nova metodologia, já que houve redução do contingente de pessoas acima de 40 anos.





População ocupada





Já com relação ao contingente empregado, a série reponderada dá conta de estimativas de ocupação maiores do que o IBGE vinha informando, principalmente em 2021.





No trimestre encerrado em agosto deste ano, a população ocupada era estimada em 90,2 milhões antes, dado que passou a 91,7 milhões na série reponderada, diferença de 1,5 milhão de pessoas.





O reajuste corrige, em parte as diferenças apontadas entre o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que vem apontando criação de vagas formais muito superior ao aumento do número de ocupados indicado pelo IBGE.





Fora da força








Esse contingente vinha apresentando expansão atípica, chegando a 15,6% no trimestre entre abril e junho de 2020, momento mais agudo da pandemia.





Esse movimento foi atribuído ao isolamento social e à crise em si, que reduziram não só os números de vagas, mas também as possibilidades de se procurar emprego na ocasião. Esse movimento, diz Berenguy, de fato aconteceu e está claro na curva da série reponderada, mas se deu em menores valores absolutos.





Pela série reponderada, o total de pessoas fora da força de trabalho no segundo trimestre de 2020 era de 72,5 milhões, 14,9% a mais que no trimestre anterior. Já a série antiga apontava um total de 77,7 milhões, 15,6% superior ao do trimestre anterior.





Com o arrefecimento da pandemia, muitos que estavam fora da força de trabalho devido ao isolamento social e à constrição econômica, agora retornam. Isso significa que a leitura da dinâmica do mercado de trabalho pelo IBGE não estava errada, mas trazia contingentes superestimados.





Entre junho e agosto de 2021, essa população fora estimada em 73,4 milhões, quando seria de 66,2 milhões de pessoas segundo a série reponderada.





Essa diferença, menos 7,2 milhões de pessoas, é significativa segundo o IBGE. Mas, segundo Beringuy, essa queda da população fora da força de trabalho não aconteceu devido a uma redução na força de trabalho potencial, ou seja, do número de pessoas que não buscavam emprego, mas poderiam ou gostariam de fazê-lo.





Essa retração, disse a especialista, ocorreu apoiada na redução da população fora da força de trabalho não potencial, possivelmente aposentados que estavam sobrerrepresentados na pesquisa.







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