Comércio Exterior: Mercado vê cenário a favor da balança em Minas

26/01/2021 | Diário do Comércio

No ano passado, a balança comercial mineira registrou US$ 18,417 bilhões de superávit, o que representa um incremento de 13,7% em relação a 2019. Já a alta das exportações, na mesma base de comparação, foi de 4,4%, totalizando US$ 26,23 bilhões.

O cenário para este ano tende também a ser positivo, segundo especialistas consultados pelo DIÁRIO DO COMÉRCIO, mas 2021 vem ainda com aquela ideia de que tudo pode ocorrer, inclusive com os números de compra e venda para o exterior, afinal, a pandemia da Covid-19 ainda não acabou – e, consequentemente, nem os seus reflexos.

Professor da Faculdade de Ciências Econômicas (Face) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Rafael Ribeiro afirma que, nesse cenário, um dos pontos principais é a recuperação da economia mundial.

“Ainda está tudo muito incerto em função da pandemia. A segunda onda vem crescendo em vários países. A dinâmica do consumo e das economias externas fica muito incerta”, destaca.

Um bom controle da pandemia, diz ele, pode estimular a economia de vários países, com uma retomada mais acelerada do comércio externo. Isso beneficiaria inclusive Minas Gerais, por conta de uma demanda maior de minério de ferro, um dos produtos de destaque do Estado.

“A China é um grande consumidor de minério de ferro. O crescimento do setor industrial chinês pode ter um impacto positivo neste ano em comparação ao ano passado”, afirma ele.

Consultor de negócios internacionais da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Alexandre Brito também ressalta que, ao falar da balança comercial mineira, é importante pensar se as condições atuais vão se manter, como a recuperação econômica mundial e a manutenção da taxa de câmbio.

“Se isso for mantido, considerando essas situações, é possível que tenhamos aumento nas exportações em 2021, mas é difícil ter uma previsão percentual”, analisa ele.

As apostas no que diz respeito aos produtos de destaque no mercado internacional também são várias. Brito lembra que o minério de ferro e o café devem continuar com um papel importante, assim como as carnes – que devem apresentar um crescimento relevante nas vendas externas – , o açúcar e possivelmente produtos manufaturados, mas estes últimos com um incremento menor.

Desafios – Apesar de as expectativas para a balança comercial mineira serem boas diante de um possível quadro de controle da pandemia da Covid-19 e da manutenção de algumas situações atuais, existem também desafios pela frente.

Brito destaca como um deles a retomada do mercado sul-americano, muito importante para o Brasil. “É preciso ver como será o desempenho da Argentina, Chile e Colômbia, por exemplo, por conta da pandemia. Não se sabe como será essa recuperação, e isso pode nos afetar um pouco”, afirma.

Presidente-executivo da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro também ressalta a situação da América do Sul diante da pandemia, o que pode diminuir a demanda dos manufaturados, a depender de como será a recuperação econômica.

Além disso, outro desafio que se tem pela frente, diz ele, tem a ver com o custo Brasil. “É preciso haver a redução do custo Brasil e da burocracia”, destaca.

Dessa forma, com mudanças nesse sentido, afirma o presidente-executivo da AEB, poderá haver mais investimentos em infraestrutura, mais exportação de manufaturados e, consequentemente, mais geração de empregos.
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