Mineração registra expansão no Estado

03/02/2022 | Diário do Comércio




O faturamento da indústria extrativa de Minas Gerais praticamente dobrou em 2021. O Estado saiu de um resultado de R$ 76,4 bilhões em 2020 para R$ 143 bilhões no ano passado, alta de 87% entre os exercícios, e respondeu por 42% dos R$ 339 bilhões de receitas do setor, puxado pelo minério de ferro. Com o resultado, Minas apresentou o maior crescimento entre as unidades federativas com produção mineral e teve uma participação praticamente igual à do Pará, que faturou R$ 146,6 bilhões (43%).

Historicamente maior produtor mineral do País, nos últimos anos Minas Gerais perdeu a liderança para o estado do Norte. Em 2020, por exemplo, a participação de Minas no faturamento nacional havia sido de 37%. A perda da primeira colocação no ranking se justifica tanto pelo aumento na produção de minério de ferro no Projeto S11D da Vale, localizado em Carajás (PA), como pela menor produção extrativa em terras mineiras, desde o rompimento da barragem da mineradora em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), ocorrido em janeiro de 2019.

Mas uma retomada da liderança não é descartada por especialistas do setor. “Minas tem condições de recuperar essa participação. A Samarco está retomando as operações e algumas outras minas que estavam paralisadas também estão voltando à atividade. Mas temos que ser realistas: o Pará, em termos de vendas, principalmente na principal substância que é o minério de ferro, tem crescido bastante, pois está ali, talvez, o mineral mais desejado pelas siderúrgicas mundo afora, que permite o blending para suas produções. Acredito que a liderança do setor mineral, no médio prazo, continuará oscilando entre ambos”, comentou o presidente do Conselho Diretor do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Wilson Brumer, durante coletiva de imprensa.

diretor-presidente do instituto, Flávio Ottoni Penido, completou que Minas Gerais ainda é muito forte em mineração e será por muitos anos ainda. “O Estado teve o maior incremento de recolhimento de royalty em 2021 e é também o estado que mais vai atrair investimentos no setor até 2025, US$ 10,2 bilhões. A mineração é e será relevante para a economia do Estado por muito tempo e tem sido exercida em acordo com normas internacionais de segurança operacional e sustentabilidade”, destacou.

Em relação ao desempenho nacional como um todo, as estimativas do Ibram dão conta de que a produção mineral brasileira cresceu cerca de 7% em 2021 na comparação com 2020, passando de 1,073 bilhão de toneladas para 1,150 bilhão de toneladas estimadas. Assim, o forte crescimento no faturamento (62%) se deve, principalmente, à variação dos preços das commodities no mercado internacional no decorrer do ano passado.

Segundo o instituto, a perspectiva é de que o setor mineral continue com bom desempenho em 2022 e nos próximos anos. Para este exercício, são esperadas vendas nos mesmos patamares de 2021. “O preço do minério de ferro caiu no segundo semestre de 2021, mas se recuperou um pouco. Fechou janeiro a US$ 140 a tonelada. O câmbio deve permanecer na casa de R$ 5 a R$ 5,30. Ou seja, o desempenho deve ser parecido com 2021”, projetou Brumer.

Sobre o impacto da paralisação de algumas minas no Estado, em janeiro, em virtude das fortes chuvas, o presidente do conselho disse que é “recuperável”. No ápice das chuvas em Minas, quando a situação levou à suspensão de diversas operações no Estado, o instituto informou que as paralisações eram temporárias, em precaução aos riscos trazidos pelas condições climáticas e que estimava que não haveria reflexos na variação do preço dos minérios e na oferta.


Por fim, os diretores do Ibram destacaram os investimentos previstos pelo setor nos próximos exercícios. Ao todo são US$ 41,3 bilhões no período de 2021 a 2025, dos quais US$ 6 bilhões serão de investimentos em projetos socioambientais. Os outros US$ 35,3 bilhões serão direcionados para produção e infraestrutura. Dos investimentos previstos, US$ 19,41 bilhões já estão em execução.



VOLTAR

ENTIDADES GERIDAS

CENTRO DE COPRODUTOS AÇO BRASIL (CCABRASIL)
CENTRO BRASILEIRO DA CONSTRUÇÃO EM AÇO (CBCA)
CB-28 – NORMAS TÉCNICAS