O pior para o setor de bens de capital já passou, diz Abimaq
02/07/2020 |
Diário do Comércio
O Covid-19 continua afetando contratos nacionais e internacionais da indústria de bens de capital e o setor já estima queda de 10% no faturamento deste exercício sobre o registrado em 2019.
Nem mesmo o segundo semestre, tradicionalmente marcado pela elevação de pedidos junto ao setor produtivo, será capaz de reverter as perdas impostas pela pandemia.
Apesar disso, o membro do Conselho da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) – Regional Minas Gerais, Marcelo Luiz Veneroso, avaliou que o “pior já passou” e que as fábricas do Estado estão trabalhando com cerca de 73% de ocupação da capacidade instalada.
“O quadro ainda é crítico, mas, aos poucos, está se ajustando. No ápice da crise, em meados de 2015, chegamos a 65% de utilização do parque fabril. Depois disso, com a retomada a partir de 2018, chegamos a 80% e agora retomamos a 73% da capacidade”, detalhou.
Outro ponto positivo, mesmo diante das consequências do Covid-19, conforme o dirigente, diz respeito ao quadro de demissões pelo setor. De acordo com ele, logo na chegada da doença ao Brasil, estimava-se a extinção de 15 mil postos de trabalho em todo o País, número que chegou a 12,5 mil. “A gente não sabe o que vai acontecer daqui para frente, mas demissões não teremos mais”, garantiu.
E assim como em âmbito nacional, segundo Veneroso, no caso das indústrias mineiras, pelo menos já foi apurada desaceleração na queda do faturamento no mês de maio. Conforme a entidade nacional, o faturamento caiu 13,7% no quinto mês de 2020 na comparação com o mesmo mês do ano anterior.
Balanço – Em maio, as receitas da indústria de máquinas e equipamentos foi de R$ 9,5 bilhões – mas em abril, o faturamento foi 27% inferior ao apurado no ano anterior.
Ainda assim, segundo a associação, este foi o pior resultado para o mês dos últimos cinco anos. No acumulado de janeiro a maio, o faturamento do setor somou R$ 46,3 bilhões, baixa de 7,7%, ante mesmo período de 2019.
“Tínhamos começado o ano bem e estimávamos um aumento de 5% neste exercício sobre o ano passado. No entanto, veio a pandemia e mudou todo o trajeto. Acreditamos em alguma recuperação nos próximos meses, mas nada de muito significante. Vai ser mais um ano ‘andando de lado’”, lamentou o membro do Conselho da Regional.
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