Alacero - São Paulo, Brasil, maio de 2020. A indústria latino-americana do aço vem registrando os efeitos negativos da crise econômica mais profunda da história, na região e no mundo. Em diversos países as empresas tiveram que reduzir a produção ou paralisar as operações, enquanto outras indústrias se adaptavam a uma nova realidade. No México, o PIB sofreu uma redução de 2,4% no primeiro trimestre, em comparação com o mesmo período do ano passado, a maior queda desde o terceiro trimestre de 2009. Grande parte desta retração se deve à diminuição de 3,8% nas atividades industriais e da construção, além do desempenho da indústria automotiva. Esta última produziu 8,5% menos e exportou 7% menos em comparação com o mesmo trimestre de 2019.
A atividade industrial brasileira caiu 9,1% em março, em comparação com fevereiro, mostrando um forte impacto da pandemia e das medidas de isolamento social no setor e na atividade econômica. A queda de 2,6% no primeiro trimestre de 2020, em comparação com os três meses anteriores, foi a maior redução desde o segundo trimestre de 2018. Na Argentina, em março a atividade manufatureira teve uma contração de 0,9% com relação a fevereiro, e despencou 6,4% em comparação com o mesmo mês do ano passado. As produções automotiva e de cimento foram paralisadas. Em fevereiro, o consumo aparente da região experimentou uma redução de 2,5% em comparação com o mesmo mês do ano passado, além de uma queda acumulada de 2%. Em comparação com janeiro, a redução foi de 7%. A Argentina e o México estão entre os países mais afetados. Com isto, a nossa projeção para o consumo aparente de aço até agora é de uma redução de 13,8%, cerca de 8 milhões de toneladas menos, atingindo um total de 55,4 milhões de toneladas, de acordo com as informações recebidas de cada país até o momento.
“Paralelamente a este cenário, se observa uma rápida recuperação da indústria do aço da China e o risco contínuo do excesso de capacidade para a região. Diante da pronunciada queda dos mercados mundiais, o país continuará procurando exportar a sua produção para a América Latina, o que poderia dificultar ainda mais a recuperação da região”, disse Francisco Leal, Diretor-Geral da Alacero. Um aumento inesperado de 3,5% das exportações e a queda de 14,2% das importações da China em abril, em comparação com o mesmo mês do ano anterior, contribuíram para um superávit comercial do país com o mundo de US$ 45,34 bilhões, muito acima dos EUA, com seus US$ 19,9 bilhões registrados em março.
Produção e exportações em baixa
A produção de aço cru caiu 8% no primeiro trimestre, enquanto a dos produtos laminados diminuiu 3% no período. Os efeitos mais sérios da pandemia começaram a ser observados na Argentina em março, com uma redução de 27% em comparação com o mesmo mês do ano passado. A queda em março corresponde a um terço do mês, devido à quarentena a partir de 20 de março. As exportações, por sua vez, continuam refletindo a menor demanda mundial de aço: caíram 15% nos primeiros dois meses do ano.
Por último, mas não menos importante, destacamos que a indústria do aço está colaborando ativamente para apoiar o fortalecimento dos sistemas de saúde da região por meio da construção de novos centros de tratamento para a Covid-19, da expansão de hospitais comunitários e de recursos extraordinários para apoiar as comunidades. A colaboração da indústria do aço é fundamental para um grande número de cadeias de valor que são vitais para a sociedade neste momento, como o suprimento de oxigênio, o transporte e a infraestrutura, além do armazenamento de alimentos, produtos desinfetantes, eletrodomésticos e muitos outros, essenciais para enfrentar a crise e conseguir uma reativação da economia de forma mais rápida.